Astro do Real Madrid dos ‘Galácticos’ se emociona em desabafo sobre ofensas homofóbicas recebidas em LaLiga

25/05/2023

Atualmente trabalhando como comentarista do programa “El Chiringuito“, do canal espanhol La Sexta, o ex-meia Guti, que atuou profissionalmente por 15 anos pelo Real Madrid e foi multicampeão pelo clube, desabafou sobre os gritos homofóbicos que recebia nos tempos de jogador.

De acordo com o ex-atleta, que se aposentou em 2012, ele era frequentemente chamado de “maricón“, que pode ser traduzido como “bicha”, durante as partidas do clube merengue fora do Santiago Bernabéu.

Além disso, o ex-armador costumava ver sua família ser ofendida, com muitos torcedores provocando Zaira e Aitor, seus filhos.

Questionado se teve apoio da equipe da capital espanhola sobre o tema, Guti ficou visivelmente emocionado ao lembrar do período e desabafou.

“A verdade é que no momento não havia a percepção que há hoje sobre isso. Durante meu tempo no Real Madrid, convivi com muitos jogadores, e ninguém nunca se aproximou para conversar comigo sobre isso. Absolutamente nada”, afirmou.

“Naquele tempo, isso era tratado apenas como mais um momento da vida. Era um tempo em que se permitia muito mais, entrava no futebol e era visto de forma diferente do que se vê agora”, seguiu.

“Era muito doloroso (ouvir gritos homofóbicos). Foi doloroso para mim e para minha família. E o problema não é só se meterem com sua sexualidade, com sua mãe, com sua mulher, com uma doença do seu filho. Para mim, isso é duríssimo”, ressaltou.

“(As ofensas homofóbicas) Foram algumas das coisas mais duras com que tive que conviver em campo. Quando alguém fazia algo similar com algum companheiro meu, eu me arrepiava, ficava a ponto de reagir de uma forma que eu não gostaria. Mas não pode ser assim”, reclamou.

“Não posso aceitar que você entre em campo para jogar futebol e fiquem falando coisas do seu filho. Isso não pode acontecer nunca. Não pode ocorrer mais. Nunca deveria ocorrer”, finalizou.

Guti jogou pelo Real Madrid entre 1989/90, quando chegou ao time sub-15 dos merengues, até 2009/10, quando deixou o Santiago Bernabéu.

Em seguida, atuou por duas temporadas no Besiktas, da Turquia, antes de pendurar as chuteiras.

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